Livre Expressão

Artes Plásticas | Pintura

Ao Helder Sanhudo

Susana Almeida
MSc MD

Rasgo

Centelhas espectrais em fogo lento, perene
De cores improváveis só vistas e adivinhadas
Em mentes e por olhos de avidez inquieta.
Pensamentos tumultuosos tornados traço
Compostos de dor e sonho fundidos na tela
Extensão capaz e única de conter o fervilhar.
Essa criatividade indizível assenta enfim no segredo
E na experiência de quem lê com privilégio
A cadência ritmada das obras tornadas corpo vivo.

Queremos mais e sempre.

Memória Descritiva

Helder Sanhudo / Casimiro Teixeira
Janeiro de 2021

A arte moderna sempre se pautou pela criação constante de novas alamedas interpretativas, onde se foi gizando e redefinindo novos caminhos, quase infinitos, até se chegar ao ponto onde não é o mundo real que acaba alterado pela perspectiva de quem vê, mas sim de quem constrói, de quem pinta, edifica, molda, a perspectiva dos criadores audazes deste novo movimento.

Até ao século 20, grande parte do que se produzia artisticamente era representativo, até se chegar a este ‘momento’, onde outros métodos se desprenderam desta estrutura, quase hermética, e se iniciou a transição para um traçado onde as cores e as formas sugeriam apenas um sujeito que quase nunca é representado realisticamente, mas, ao invés disso, surge composto, transfigurado, quase impossível de detectar.

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O sujeito, é, em efeito, a mais bestial interpretação que o artista consegue exprimir sem explodir em nulidade inerte.

É, verdadeiramente, o extremo emotivo do Expressionismo. Onde, o artista recorre a ideias e emoções para se expressar, extravasando os parâmetros comuns das formas definidas.

Neste caso particular o trabalho, é depurado do peito de onde quer sair, como se fosse a liberdade volátil de um qualquer pássaro atribulado, de um qualquer pássaro azul que antes alguém prendeu, sem razão aparente, despejando-o depois, até à sua confluência mais profunda, longe da sua própria prisão, destruída esta, pela expressão da sua fúria artística.

E o que é aqui a sua fúria afinal? – Fúria, que palavra tão potente, tão dura, tão móbil. –

Será, apesar do que se espera normalmente de um artista plástico, esta realmente uma acção furiosa? Uma atitude agressiva? Poderá ser esta nova abordagem um quase-ataque a tudo?

Não necessariamente…

A pintura quer sair das linhas constritas, quer a libertação, quer a paz dos campos serenos de cor e expansão, foge do peso de se ver aprisionada pela estrutura normal do que é pré-estabelecido e comum.

O sujeito quer sair da estrutura terminante, quer viver livre, e fá-lo nas diferentes cores de tinta que o compõem, nessa tela coberta de rede que só o expressa, não o define.

O artista é demasiado duro, demasiado esperto consigo mesmo, para abrir passeios fáceis. O artista, coloca-nos a todos no nosso lugar e diz-nos somente; isto sou eu, agora, e ai de quem me queira prender onde for. Nunca tive passado nem futuro, a minha existência é presente e assim a expresso, livre! – E não será a liberdade a maior das benções?

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